19 de mai. de 2011

O tempo passa e a gente vai se perdendo nele. Aquelas pessoas presentes começam a tomar novos rumos, a família cresce e por isso diminui, quase nunca os encontros são os mesmos, os primos já não se reconhecem mais. Há um medo grande de tornar nossos encontros que antes eram casuais e simples, encontros cheios de etiquetas e receios, aqueles encontros tediosos que muitas vezes minha mãe me levava quando ela reveria sua família. Eu achava tudo muito estranho, histórias tão íntimas para pessoas que não se viam há anos. Porque deixamos nos perder por tão pouco? Fico triste, queria ter um poder qualquer que parasse com essas mudanças.
O fato de não dizer não significa que eu não sinta. Sinto falta das conversas casuais, dos sábados, dos almoços, da amizade, daquele laço que aos poucos se desfaz.  Dói não ter contato, estreitar as relações, a vida adulta tem me aparecido de um modo muito bruto. Dói perceber que não há mais sintonia, que estamos cada vez mais distantes, que não saberei detalhes de nada que acontecerá na vida dessas pessoas que por muito tempo foram todo o meu mundo. Dói perder a intimidade, a simplicidade, dói não reconhecer os significados dos olhares e nem o meu ser compreendido. Dói calar quando o que eu mais queria era falar : Hei, o que está havendo? Eu não quero te perder, me desculpa se te fiz mal. Eu só quero o seu bem. Você faz parte do lado mais bonito da minha alma.
Talvez um dia, alguém leia isso. Espero que não tenhamos nos perdido de vez. 

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