15 de set. de 2010


E vivi grandes merdas por aí, conheci canalhas e acreditei no que eles disseram, sofri como um condenado. Rastejei, quis matar, chorei, dei murro nas paredes, liguei, não atendi, pensei em virar freira, hibernar e, sobretudo sofri, mesmo sabendo sempre que eu era superiormente melhor e que jamais eles encontrariam uma pessoa a minha altura.
Era uma bosta, acordar, passar raivas, sentir como um flagelado em busca de um abraço que me salvasse do mal do mundo, me doar tanto, ser honesta e não receber nada além do “você não fez mais que sua obrigação”. A vida era um cocô que só. E como todo ser humano eu me sentia injustiçada e me perguntava por que justo comigo? Qual o motivo de tanta coisa ruim? De tanto tiro pelas costas?

E só agora tive respostas.
A gente precisa passar por tudo isso, precisa sentir um nada, um lixo, um ser jogado no mundo, precisa passar pelo desespero, precisa sentir a sensação de derrota, impotência e incapacidades. Precisa sofrer amargamente, para que quando a felicidade passar por nós, tenhamos a altivez de reconhecê-la com clareza e não deixa-la escapar de modo algum. Porque é lindo, é mágico, é do bem, é simples. E só quem passou por tudo isso sabe o valor desse encontro, porque ele é completo e livre de qualquer entendimento.

Há tempo certo para tudo.  

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